
Castagnaccio é um doce típico da Toscana. É um doce “pobre” no verdadeiro sentido da palavra, uma vez difundido nas áreas dos Apeninos, onde as castanhas eram a base do alimento das populações camponesas.
Durante a idade média a castanheira e seus frutos foram base de sobrevivência do camponês. A sua madeira era usada na construção de moradias. E seu fruto era base da alimentação, pois a polpa farinácea da castanha servia para fazer diversas preparações.
No Brasil esse fruto é conhecido como castanha portuguesa. Foi introduzida no Brasil pelos colonizadores e pelos imigrantes europeus.
Dizem que o inventor do doce italiano castagnaccio foi um lucchese. Lucca é uma cidadezinha medieval cercada de muros. Ao seu redor crescem florestas de castanheiras, pinheiros e carvalhos.
É um doce tipicamente outonal obtido por cozimento da castanha, água, azeite extra-virgem, pinoli e passas.
Com o uso do pinheiro nas construções e o milho e a batata como base da alimentação, a castanha teve um período de esquecimento. Com o período de pós segunda guerra, o doce foi redescoberto e hoje é o protagonista durante o outono em inúmeros festivais.
Variantes locais incluem a adição de outros ingredientes, como alecrim, casca de laranja ou frutas secas.
É um doce muito simples de se fazer. A receita original não contém açúcar. É a uva passa e a própria castanha que conferem um leve sabor doce. Eu acrescentei um pouco de açúcar mascavo e achei que ficou muito bom. Tem como característica a superfície craquelada e o interior macio, contrapondo com o crocante das nozes.
Com as nozes no lugar dos pinolis, resultou num sabor menos amanteigado e mais marcante. Além de mais econômico, pois pinóli é muito caro por aqui.
O acompanhamento ideal para o castagnaccio é a ricota ou mel com uma boa taça de vinho novo ou vinhos doces como o vin santo.
Na Itália, as castanhas precedem o inverno, são colhidas durante o outono. No estado de São Paulo amadurecem no final do verão até meados do outono.
Ao analisar sua composição nutricional, conclui-se que a castanha portuguesa é um alimento saudável por ser uma boa fonte de nutrientes essenciais, fonte de energia, proteínas que apresentam bom perfil de aminoácidos, fibras, minerais, vitaminas A, B1, B2 e B3. E possui baixo conteúdo de gordura.
Além de toda essa vantagem nutricional, é uma ótima opção para substituir a farinha branca nas preparações, pois não contém glúten.
Então vamos à receita, que é muito fácil!

Vamos à receita:
Ingredientes:
- 350g de farinha de castanha portuguesa. Para obter a farinha, cozinhe pelo menos 500g de castanhas na panela de pressão por 30 minutos. Escorra, deixe esfriar. Corte as castanhas ao meio e com uma colher retire a polpa. Coloque no processador até a polpa ficar bem fina.
- 450 ml de água morna
- 70g de uva passa preta, previamente hidratada em 1 dose de cognac ou água morna
- 60g de açúcar mascavo
- 60g de nozes picadas
- 2 colheres de sopa de azeite extra virgem
- 2 colheres de sopa de alecrim picado (opcional)
Modo de preparo:
- Preaqueça o forno à 200g ºC.
- Unte uma forma redonda de 30cm.
- Misture bem a farinha de castanhas com a água. Acrescente o açúcar e o azeite. Adicione uma parte das passas e das nozes e reserve uma parte para finalizar.
- Coloque na forma a massa e distribua por cima o restante das nozes e passas.
- Se desejar acrescente alecrim fresco picado.
- Regue a massa com um fio fino de azeite.
- Asse por 30 minutos ou até que a massa esteja craquelada.
- Sirva morno ou frio. Pode ser acompanhado de mel, ricota fresca e vinho de sobremesa.
Serve 8 fatias.
Se desejar saber mais sobre esse prato acesse aqui: https://it.wikipedia.org/wiki/Castagnaccio
Para mais informações sobre a castanha portuguesa: https://www.todafruta.com.br/castanha-portuguesa/#:~:text=Os%20frutos%20s%C3%A3o%20chamados%20de,consumidas%20no%20Brasil%20%C3%A9%20importada.